ENCICLOPÉDIA DO FORTE APACHE – VOLUME I



Os brinquedos fazem parte do cotidiano das pessoas há milênios, desde os mais rudimentares de pedra e ossos, até os modernos brinquedos eletrônicos. Neste tempo todo, muitos brinquedos fizeram sucesso, e marcaram definitivamente a memória de quem teve oportunidade de brincar com eles.

Não muitos brinquedos, no entanto, marcaram gerações inteiras e se tornaram ícones de uma época. É para homenagear um representante deste seleto grupo de brinquedos – o Forte Apache – que escrevemos este texto.


Para aqueles que não viveram a época de ouro do Forte Apache no Brasil (as décadas de 60 e 70) terem uma idéia de como este brinquedo foi marcante, apresentamos a opinião unânime dos três integrantes dos Paralamas do Sucesso:

10/08/1988 - Ouvindo Histórias de outras Épocas

Herbert Vianna, guitarrista e vocalista, Bi Ribeiro, baixista e João Barone, baterista, formam o grupo de rock Paralamas do Sucesso, um dos mais famosos do Brasil.

Eles deram uma entrevista na Folhinha de São Paulo e falaram do tempo em que eram crianças.

Folhinha -  Alguém se lembra de algum brinquedo especial?
Barone - Eu tinha uma lancha, com canhões que disparavam água.
Mas o grande barato era o forte apache.
Herbert - Eu lembro que achei na escola um revólver. Bom, era meio revólver. Era feito de duas partes, que colavam uma na outra, e eu achei umas das partes. Durante um tempo eu tive mania de montar modelos de aviões. E forte apache, é claro.

Bi - Forte apache era o grande barato, sem dúvida. Eu ainda tenho todos os meus brinquedos.
Herbert - Outra coisa que eu gostava de fazer era pipa.
Bi - E carrinho de rolimã.
Herbert - Carrinho de rolimã foi uma febre. E depois os skates.

Fonte: Folhinha de São Paulo
 

Ressaltando a importância do brinquedo Forte Apache a revista Exame Homem, em sua edição de dezembro de 2003, trouxe o seguinte artigo:

A revista Exame, em edição de fevereiro de 2005, ao comentar sobre a situação da indústria de brinquedos no Brasil fez o seguinte comentário: “A paulista Gulliver, fabricante dos índios e cowboys do Forte Apache, objetos de desejo na infância de dez entre dez homens adultos de hoje...”.

Aqueles que brincaram nessa fase de ouro do Forte Apache têm hoje entre 30 e 50 anos de idade. Muitos têm ótimas lembranças de suas infâncias, e de seus brinquedos preferidos e, muitas vezes, procuram alguma informação ou imagem de algo que está em suas memórias.

Apesar de estarmos sentindo um forte movimento de mudança para melhor, com cada vez mais pessoas demonstrando interesse em colecionar brinquedos e resgatar uma parte do seu passado, o Brasil, infelizmente, ainda não possui tradição no colecionismo de brinquedos. E por não possuir tradição, quase não há literatura nacional especializada no assunto e, via de regra, os colecionadores são ignorados pelos fabricantes.

Como colecionadores e entusiastas do colecionismo de brinquedos esperamos que este cenário mude. E para contribuir com esta mudança, a Galeria dos Brinquedos decidiu apostar na criação de enciclopédias temáticas.

Na linha de brinquedos de faroeste, a enciclopédia será dividida em três volumes:

1 – Forte Apache (o presente volume)

2 – Brinquedos da linha faroeste

3 – Figuras da linha faroeste

1. CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

Antes de iniciarmos este texto, algumas considerações introdutórias se fazem necessárias:

-        A denominação “enciclopédia” pode levar o leitor a acreditar que está diante de um conjunto de verbetes sobre o tema Forte Apache, organizados alfabeticamente. Na verdade, a denominação “enciclopédia” está posta apenas no sentido de indicar a profundidade com que o texto pretende abordar o tema;

-        O termo “Forte Apache” foi criado, originalmente, para identificar um determinado brinquedo. Contudo, ao longo do tempo, passou a ser utilizado genericamente  para identificar todo o conjunto de brinquedos dedicados ao tema faroeste, tais como fazendas, cidades, etc. Este texto, contudo, é dedicado exclusivamente ao brinquedo Forte Apache original produzido no Brasil, e não aos demais brinquedos integrantes da linha faroeste, que serão abordados em textos futuros;

-        Diversas fábricas produziram brinquedos de faroeste no Brasil (Estrela, Trol, Comanche, Viocema, Educa, Papae Noel, etc.). Este texto aborda os produtos fabricados pela Casablanca e pela Gulliver;

-        Este texto é produto do trabalho e da paixão de um grupo de colecionadores de Forte Apache, identificados ao final como autores. Contêm as informações que os colecionadores acumularam ao longo dos anos dedicados ao hobby de colecionar brinquedos. O texto não é fruto de uma pesquisa científica em moldes tradicionais. Não há obras na literatura Brasileira a respeito do tema, lamentavelmente. Desta forma, o texto não tem a pretensão de completude e nem de verdade absoluta. Temos a consciência de que se trata de um trabalho introdutório no tema. Que sirva de estímulo para que mais pessoas se interessem pelo colecionismo de brinquedos, e que mais textos sejam produzidos sobre o assunto. Críticas e retificações sugeridas por leitores serão sempre bem recebidas.

 2. CONTEXTO HISTÓRICO

Abordaremos aqui apenas algumas informações elementares para contextualizar o Forte Apache na história do oeste americano.

O principal cenário dos combates entre os Apaches e o Governo dos Estados Unidos era o Estado do Arizona (então território). Neste Estado, três fortes faziam a linha de frente no combate aos Apaches
- Forte Whipple;
- Forte Verde;
- Forte Apache.

Os três fortes eram ligados por uma estrada denominada “Crooks’s Trail” em referência ao General Crook, por duas oportunidades comandante máximo do exército naquela região.

O Forte Apache foi ativado em 16 de maio de 1870 (teve outros nomes antes de se chamar “Apache”) e desativado em 1924. Ao longo de seus 54 anos de atividade foi um forte onde se deu pouca ação, e sem nenhum fator de destaque especial na história geral da conquista do oeste.

Era um forte sem paliçadas, como a maioria dos fortes do velho oeste. Devido à sua localização geográfica, o Forte Apache possuía uma proteção natural representada por um rio e um pequeno vale, difícil de atravessar, que passavam em torno de uma boa parte do forte. Afora isto, era um conjunto de casas de oficiais de um lado (officers’ row) e alojamentos de soldados, sargentos e cabos do outro, construídos em torno de um pátio de manobras denominado “parade ground”.

Atualmente o Forte Apache fica na reserva onde vivem parte dos remanescentes dos Apaches, e é aberto à visitação. Nele restam, basicamente, as casas dos oficiais (foto abaixo - exemplificativa) e o “parade ground”. No local onde ficavam os alojamentos de soldados foram construídos prédios que abrigam uma escola.

Abaixo, foto do estado atual da “officers’ row”, tirada em novembro de 2004, com algumas casas de oficiais:


                            


3. O COMEÇO DA MÍSTICA

Em 1948 o diretor John Ford decidiu filmar uma trilogia em homenagem à cavalaria do exército dos Estados Unidos, e seu papel na conquista do oeste. Por razões que nos são desconhecidas, decidiu dar ao primeiro dos três filmes o título de “Fort Apache”. Evidentemente, a ação se passava em um hipotético Forte Apache.

O filme foi rodado no magnífico Monument Valley, que fica na divisa dos estados de Utah e Arizona, uns 500 quilômetros ao norte de onde ficava o Forte Apache original.

O filme foi um sucesso, é considerado um clássico, consagrou John Ford, ajudou a projetar a carreira de John Wayne, e até hoje é assistido por muitos em DVD e VHS. Evidentemente, o Forte Apache virou moda. O ator principal do filme era Henri Fonda.

Logo no início dos anos 50, a televisão americana lançou a série Rin Tin Tin, um sucesso que seria produzido ao longo de 5 anos, e que seria exibido nas televisões do mundo todo por décadas. O cenário de Rin Tin Tin era o Forte Apache. Parece claro que a opção por passar a ação no Forte Apache ocorreu para pegar carona no sucesso do filme de John Ford. Rin Tin Tin foi fundamental para impulsionar e eternizar na memória das crianças a mística do Forte Apache. O forte da série possuía paliçadas e é desta forma que iria fazer sucesso no mundo dos brinquedos. 

Homens que viveram sua infância nos anos 60 sabem que as ruas ficavam desertas de meninos durante a hora em que o seriado passava na TV. Nos anos 70, Rin Tin Tin ainda foi bastante popular no Brasil. O declínio da popularidade do seriado ocorreu nos anos 80. Atualmente, pode ser visto esporadicamente em canais da TV a cabo, ou em vídeo.

                          

Além da série Rin Tin Tin, muitos filmes de faroeste passavam nos cinemas e na TV, estimulando a imaginação da criançada. Isto sem falar nas dezenas de gibis do tema faroeste que circulavam nas bancas de revista da época, muitos deles editados no Brasil pela saudosa EBAL de Adolfo Aizen, de grandes recordações. A RGE de Roberto Marinho também era forte na linha de gibis de faroeste.

4. A ESTRÉIA NO MUNDO DOS BRINQUEDOS

Como uma coisa puxa a outra no mundo dos negócios, em 1952 a empresa americana Marx lançou o Forte Apache de brinquedo no mercado americano. Era o auge de Rin Tin Tin. Foi um estouro.

A Marx produziu modelos de plástico e de lata, mas nunca de madeira. As figuras que acompanhavam o Forte Apache da Marx eram sempre na cor do plástico, jamais pintadas a mão. O forte era um conjunto de paliçadas encaixáveis, inspirado na série de TV. Poucos se preocupavam se o Forte Apache verdadeiro/histórico não possuía paliçadas.

Calcula-se que tenham sido vendidas em torno de 50 milhões (isto mesmo) de unidades de Forte Apache no mercado americano. Diziam que não era possível reabastecer as prateleiras das lojas na mesma velocidade em que os consumidores adquiriam o produto nos anos 50, 60 e 70.

Hoje o Forte apache não é mais produzido regularmente nos Estados Unidos, mas, de tempos em tempos, é lançada uma série especial para colecionadores.

O brinquedo Forte Apache foi, e ainda é, produzido no mundo inteiro. Conhecemos fortes mexicanos, argentinos, ingleses, espanhóis, alemães e italianos, entre outros. Em alguns locais a denominação apache foi mantida. Na maioria das vezes, os fortes ganharam outros nomes como: Fort Worth, Fort Texas, Fort Cheyenne, Fort Cherokee, Fort Custer, Fort Oklahoma, Fort Grant, Fort Federal, etc.

Abaixo, imagem de uma das versões do Forte Apache de lata da Marx Americana.

Abaixo, a título de curiosidade, imagem de um forte produzido em madeira na Itália, também denominado de “Forte Apache”.

 5. O FORTE APACHE NO BRASIL

No Brasil o Forte Apache foi lançado em 1964 pela empresa Casablanca. A Casablanca foi fundada pelo imigrante espanhol Mariano Lavin Ortiz, que aportou em terras Brasileiras em 1959. Antes disto, o Sr. Lavin já possuía uma fábrica de brinquedos na cidade de Madri, e já havia lançado o Forte Apache em terras espanholas.

A Casablanca foi instalada em um prédio de esquina, na Rua Madre de Deus, 627, em São Paulo – SP. Abaixo, uma foto do estado atual do prédio onde funcionava a Casablanca, tirada em janeiro de 2005:

Poucas informações, ou quase nenhuma, restaram sobre a Casablanca. Jamais obtivemos, por exemplo, um catálogo da Casablanca, ou qualquer outro material escrito sobre a empresa, que fosse usado na divulgação de seus produtos para os lojistas. Assim, quase tudo o que está escrito aqui se baseia em fragmentos de memórias de infância dos colecionadores. Algumas informações sobre a Casablanca:

- Produziu o Forte Apache de 1964 a 1969, quando parou de atuar. Na verdade, ninguém sabe o que aconteceu com a Casablanca, e as razões pelas quais saiu do mercado. No final de 1969 foi construída em São Caetano do Sul a Gulliver, que pertence à mesma família (filhos do Sr. Mariano) proprietária da Casablanca, e deu continuidade à produção do Forte Apache no Brasil. Mas o fim da Casablanca permanece um mistério para os colecionadores;

- Há uma tese relativamente corrente de que a Casablanca teria sido destruída por um incêndio. Pesquisamos nos arquivos da Folha de São Paulo, e não havia nenhuma notícia sobre a ocorrência deste sinistro. Partimos então para visitas a antigos moradores da vizinhança da Casablanca. Muitos se lembram da fábrica, se lembram dos produtos, mas nenhum se lembra da ocorrência de um incêndio, fato que teria com certeza marcado suas memórias. O estado atual do prédio onde funcionava a Casablanca também evidencia que não houve destruição por fogo. Desta forma, o mistério persistirá – o que ocasionou o fim da Casablanca?

- Até onde sabemos, a Casablanca nunca desenvolveu figuras próprias. Todas as suas figuras de faroeste eram baseadas em figuras de fábricas estrangeiras, tais como Elastolin, Reamsa, Jecsan, Comansi, entre outras tantas;

O processo de produção de figuras era interessante. As figuras eram produzidas/injetadas nas instalações da Casablanca, e distribuídas para moradores da região (basicamente senhoras e, às vezes, famílias inteiras) que se encarregavam da pintura. Essas senhoras não eram muito familiarizadas com faroeste e, no início, as figuras da Casablanca possuíam pinturas um pouco atípicas para o “velho oeste”. Posteriormente, as figuras eram recolhidas para que, na fábrica, fossem embaladas junto com os demais componentes dos conjuntos;

- Não sabemos quantas unidades de Forte Apache foram vendidas na época da Casablanca, mas é certo que o brinquedo foi um sucesso, transformou uma empresa iniciante num dos maiores fabricantes de brinquedo do Brasil, e levou-a a incomodar os líderes do mercado na época, como a Estrela;

- O Forte Apache da Casablanca foi o precursor de uma linha que se completou com: Caravana, Fazenda Ponderosa, Acampamento Apache e Virgínia City;

- A Casablanca era a patrocinadora do Programa do Tio Molina que passava na Bandeirantes, e que tinha como assistente de palco Claudete Troiano em início de carreira. Os sets da Casablanca ficavam montados no estúdio, e os apresentadores faziam comentários sobre os brinquedos. Já tentamos contato com a Bandeirantes, e com a própria Claudete Troiano, na esperança de obter fitas sobreviventes do programa, mas sem sucesso;

- Outro programa patrocinado pela Casablanca era o Pulmann Jr. da Record. Neste eram sorteados produtos Casablanca, e os aniversariantes também ganhavam seus brinquedos;

- Os sorteios de produtos Casablanca realizados à época pelo Toddy eram um sucesso entre a garotada;

- As caixas dos sets Casablanca traziam coladas por dentro uma folha de papel amarelo (foto abaixo) onde era apresentada toda a linha de brinquedos de faroeste da marca. A Casablanca possuía uma preocupação com detalhes. Desta forma, todas as figuras, cabanas, carroças, etc. eram numeradas e identificadas pelo nome nesta folha amarela.

Abaixo, foto de uma família que trabalhou no processo de pintura domiciliar da Casablanca nos anos 60.

                         


A família está representada na foto pelo casal José Sillas Leônidas e Ana Paes Sillas, e pelo filho Edson Sillas.

Os três, mais o irmão caçula que não aparece na foto, viveram a emocionante experiência de trabalhar com a pintura das figuras da Casablanca. O processo, de forma geral, funcionava assim:

- Um casal de parentes desta família é que tinha o contrato com a fábrica. Estes parentes recebiam os lotes grandes de figura e as tintas diretamente da fábrica, e subdividiam em lotes menores entre os parentes para que todos participassem do processo de pintura. Desta forma, a família apresentada aqui não mantinha relação direta com a Casablanca mas, sim, fazia parte de uma rede que era coordenada por um casal “principal”. Este casal “principal” era composto por pessoas que já possuíam experiência no segmento de pintura de porcelanas. Esta experiência deve ter facilitado a obtenção do contrato com a Casablanca.

- A fábrica fornecia as tintas, mas os pincéis eram adquiridos pelos próprios “pintores”;

 A senhora costumava pintar figuras durante o dia, com o auxílio do filho caçula. À noite, após o jantar, era comum que todos os membros da família se reunissem em torno de uma mesa para pintar figuras Casablanca. Este aspecto é interessante, pois o fato de pintar figuras acabava por se transformar num elemento de integração familiar;

- Esta família se recorda de ter trabalhado somente com figuras de faroeste, e não com figuras de outras séries lançadas pela Casablanca;

- Esta família nunca recebeu treinamento formal da fábrica sobre cores, estilos de pinturas, etc. Quem passava instruções “genéricas” era o casal “principal”;

- A família recebia os lotes em sacos;

- Tanto na chegada quanto na saída as quantidades eram conferidas uma a uma, pois a Casablanca era rigorosa no controle de quantidades;

- Esta forma de trabalho nos parece interessante, ocupava as pessoas em casa, ajudava a reunir a família, dava uma renda extra, etc. Hoje, contudo, não vemos viabilidade em trabalhar desta forma, digamos, informal. De imediato poderiam ser questionados os aspectos de não formalização de contrato de trabalho e, até, de trabalho infantil. São os tempos modernos.


Em contato com o “casal principal”, gerenciador da rede de pintores, obtivemos as seguintes informações adicionais:

- Nomes: Romualdo Gamba e Iraci Sillas Gamba;
- Os lotes de figuras eram semanais. O casal retirava e devolvia os lotes na própria fábrica;
 Os lotes semanais eram compostos de 1.000 figuras. Às vezes vinham só índios, às vezes vinham só soldados, às vezes vinha tudo misturado. Não havia um padrão;
- A fábrica não dava treinamento aos pintores. Dava um lote de figuras pintadas para servirem de referência;
- A remuneração era paga semanalmente pela fábrica;
- Os lotes vinham em sacos;

6. O PRIMEIRO MODELO

O primeiro Forte Apache lançado pela Casablanca no Brasil, em 1964, é o modelo apresentado na foto abaixo:

                          

A ilustração da caixa do Forte Apache original, assinada por “Studio Lavin”, era a seguinte: 

 

O conjunto era composto por:

- Quatro paliçadas de madeira vermelha, com palitos na posição vertical;

- O nome do forte era grafado em inglês – “Fort Apache”, gravado na madeira a ferro quente. O português só entraria em cena a partir de 1975;

- Quatro escadas, sendo três pequenas e uma grande. O detalhe é que as escadas eram de madeira, onde a madeira ondulada simulava os degraus. Este foi o único modelo de forte que conteve escadas de madeira;

- Um mastro de madeira com a bandeira dos Estados Unidos;

- Um conjunto de cowboys, índios e cavalos – é isto mesmo, o primeiro - Forte Apache não possuía soldados da cavalaria;

- Uma casa quartel general e uma torre de vigilância, mostrados abaixo em detalhe:

                           


A caixa que continha o Forte Apache possuía uma armação interna de madeira para evitar que a pressão externa danificasse o produto.


7. OS SUCESSORES DO MODELO ORIGINAL

Como mencionado na introdução deste texto, não restaram informações escritas sobre a Casablanca, apenas fragmentos de memória. Assim, não é possível determinar com precisão quantos anos cada modelo de Forte Apache ficou no mercado.

O que é possível determinar, no entanto, é que existiram dois modelos de Forte Apache sucessores do modelo original.

Nestes dois modelos sucessores ao original (fotos apresentadas na seqüência) ocorreram as seguintes principais alterações:

- A inscrição Fort Apache no pórtico do forte passou a ser em papel, colado sobre a madeira. Primeiro, num papel amarelo que cobria toda a extensão da madeira. Depois, num papel menor, que era amarelo no centro, com as bordas vermelhas, dando a impressão de labaredas;

- As escadas passaram a ser de plástico;

- Os apoios para os soldados, fixados às paliçadas foram ora vermelhos, ora amarelos, ora em madeira mais grossa, ora em madeira mais fina;

- Foram introduzidas as figuras da cavalaria. Os soldados da cavalaria da Casablanca possuíam o casaco em azul claro e a calça em azul escuro, como em alguns episódios da série Rin Tin Tin. No entanto, o uniforme verdadeiro do exército americano à época da conquista do oeste era casaco azul escuro e calça azul clara;

- Ao longo da década de 60 o padrão de cores das figuras da Casablanca evolui, fruto da experiência adquirida pelos profissionais da empresa. As pinturas passaram a ser mais compatíveis com aquilo que era visto nos filmes de faroeste.

Abaixo, foto do primeiro modelo sucessor do original:

                      

Abaixo, foto do segundo modelo sucessor do original:


Estes modelos sucessores do original continham mastro de plástico e bandeira dos Estados Unidos.

As figuras de soldados da cavalaria, quando introduzidas, traziam entre elas os seguintes personagens fictícios da Série de TV Rin Tin Tin:

- Tenente Rip Masters;

- Cabo Rusty;

- Rin Tin Tin (sim, ele também era um membro do exército).

Abaixo são apresentadas fotos dos três personagens, ressaltando que o Cabo Rusty teve duas versões, sendo mais antiga aquela em que aparece com as mãos na cintura. O Rin Tin Tin era encontrado nas cores marrom, preto e branco (cor do plástico).

A figura apresentada acima é o primeiro modelo do Cabo Rusty lançado pela Casablanca. O cachorro que aparece na foto era o Capeto, companheiro do Fantasma. Na década de 70 estas duas figuras apareceram novamente como Rusty e Rin Tin Tin nos fortes Sioux e Rin Tin Tin, ambos da Trol.

Acima o segundo modelo da figura do Cabo Rusty, e o Rin Tin Tin “original” da Casablanca.

                           

Acima, a figura representando o Tenente Rip Masters.

A Casablanca não lançou figuras para representar os personagens Major Swanson, Sargento Ohara e Cabo Boone, todos parte do elenco fixo da série Rin Tin Tin.

 

O Forte Apache de madeira continha 35 figuras no conjunto.

Desde que foram introduzidas as figuras da cavalaria na década de 60, até hoje, foram e são chamados, pela Casablanca e pela Gulliver, de “confederados”. Isto é um erro histórico. Os confederados foram os soldados da Confederação de Estados do Sul, que lutaram contra o exército da União na guerra civil americana, e usavam uniforme cinza, muito diferente dos soldados de azul, da União, que acompanham o Forte Apache.

Alguns sets da Casablanca tinham como ilustrador das caixas o desenhista Nelson Reis. No entanto, Nelson Reis não desenhou as ilustrações das caixas dos modelos de Forte Apache lançados pela Casablanca na década de 60.


Considerando que ainda hoje é possível localizar antigos Fortes Apaches Casablanca nos pontos mais remotos do País, e considerando que a Casablanca era uma empresa nova, e as dificuldades de transporte no Brasil dos anos 60, não temos como não ficar admirados com a capacidade de logística de distribuição demonstrada por esta empresa.


8. O GRANDE FORTE APACHE CASABLANCA


1968 foi o ano do Grande Forte Apache Casablanca. A empresa estava no auge, seus produtos eram um sucesso sem precedentes, consumidos no País inteiro, ocorriam novos lançamentos, e, então, decidiu lançar o maior Forte Apache produzido no Brasil (em termos de dimensões) em todos os tempos.


O produto inovou no visual, em relação aos modelos produzidos até então, que eram praticamente os mesmos desde 1964.


Apesar de não termos conversado com nenhum representante da Casablanca a respeito disto, nos parece claro que o Grande Forte Apache foi baseado no forte que aparecia na série de TV Rin Tin Tin.

 

O Grande Forte Apache Casablanca possuía as seguintes características:

- Quatro paliçadas de madeira vermelha, com palitos na posição vertical;

- A paliçada da frente continha portão com duas folhas, uma inovação em relação aos modelos anteriores;

- Sobre o pórtico havia um local para colocar soldados em pé (Rin Tin Tin...);

- Duas guaritas de madeira junto ao portão;

- Uma grande casa com características de alojamento de soldados e, não, de quartel general como nos modelos anteriores;

- Bandeira dos Estados Unidos em mastro de madeira.


Abaixo, a foto do Grande Forte Apache Casablanca:


                     


A parte que contém a placa com a inscrição Fort Apache e as duas guaritas compõe uma peça independente que é encaixada e fixada por pressão sobre a paliçada frontal do forte.


O Grande Forte Apache Casablanca teve vida curta, uma vez que as atividades da Casablanca foram encerradas em 1969. Isto, aliado ao fato de que era um brinquedo caro (consideradas suas dimensões, quantidade de figuras, etc.), fez com que não muitas unidades fossem comercializadas. Desta forma, trata-se de um dos modelos mais difíceis de se localizar para completar as coleções.


A ilustração da caixa do Grande Forte Apache Casablanca, apresentada abaixo, foi feita por Andres Lavin, filho do Sr. Mariano Lavin, e atual presidente da Gulliver S.A. Manufatura de Brinquedos.


                        


Abaixo, para uma melhor visualização da ilustração.


                        


9. O FORTE APACHE DE PLÁSTICO


A Casablanca lançou um Forte Apache de plástico na década de 60. É interessante porquê o plástico seria abandonado por 20 anos (décadas de 70 e 80) e somente seria retomado nos fortes dos anos 90 em diante.


O Forte Apache de plástico era uma quadrado com quatro guaritas, uma em cada canto do forte. As guaritas eram do mesmo modelo que iria equipar os fortes lançados na década de 70, e continham um pequeno mastro com a bandeira dos Estados Unidos. As laterais de plástico imitavam troncos de madeira na posição vertical.


Não dispomos de imagens do Forte Apache de plástico. No entanto, algumas páginas atrás, colocamos a imagem da lista de produtos Casablanca que acompanhava os sets. Pois bem, no canto superior direito desta lista há a imagem de um menino brincando com um forte. Aquele é o Forte Apache de plástico.


As figuras que acompanhavam o conjunto eram as mesmas figuras dos demais sets Casablanca. Não foram lançadas figuras especiais para acompanhar este produto. O forte vinha acompanhado por 41 figuras (o forte de madeira continha 35 figuras).


Pelas lembranças dos colecionadores, o Forte Apache de plástico era bem mais caro do que o modelo de madeira. O resultado é que este forte é raríssimo de encontrar. É o forte que falta em muitas coleções que conhecemos.


10. POLITICAMENTE “INCORRETO”


Vivemos a era do politicamente correto, e uma das posições contemporâneas do “corretismo” é ser anti-americanista. Este é um texto sobre brinquedos, para ser alegre e trazer boas recordações aos leitores, ou para apresentar o tema àqueles que não o conheciam. Não é nosso propósito adentrar na controvérsia do politicamente correto. No entanto, como colecionadores de Forte Apache, já recebemos críticas por sermos entusiastas de um brinquedo que não retrata a história do Brasil, e no qual os soldados geralmente “matavam” os índios. Os anos 60, 70 e 80 eram outros tempos, foi este o brinquedo com que crescemos brincando e que marcou toda uma geração. A preocupação era brincar e se divertir, e não iam além disso.


Alguns aspectos são interessantes de ressaltar, pois mostram como a vida era diferente em 1960, e como as preocupações foram mudando ao longo das décadas de 70. 80 e 90, como será demonstrado ao longo deste texto.

A década de 60, e também a de 70, era a época de brincar na rua, subir em árvore, cair, se machucar, etc. Não havia todas as preocupações com segurança e proteção de crianças como há hoje.


No contexto da década em que foi lançado, o Forte Apache da Casablanca continha os seguintes aspectos que virariam preocupações nas décadas seguintes:


Era de madeira. Com o passar dos anos a madeira foi se tornando um recurso mais escasso, restaram poucas florestas nativas, que possuem proteção legal, e a madeira para indústria vem, basicamente, de projetos de reflorestamento. Segundo especialistas, há o risco de o País passar por um “apagão florestal”, ou seja, a oferta de madeira ser inferior à demanda;


As paliçadas do forte imitavam troncos de madeira pontudos na posição vertical. Com certeza, estas pontas foram muitas vezes o fator decisivo para definir o vencedor em brigas entre irmãos ou entre amigos;


As paliçadas possuíam pontas de pregos expostas para que fossem encaixadas umas nas outras;


O tratamento da madeira não era bom o suficiente para evitar que soltasse farpas.


Em suma, era uma época de aventuras e de mais liberdade, onde muitas vezes o preço pago por isto eram alguns machucados e alguns galos na testa. Será interessante observar na seqüência deste texto como as mudanças feitas no Forte Apache nos 30 anos seguintes visaram, também, eliminar os aspectos perigosos comentados acima.


11. O FIM DE UMA ERA


1969 foi o ano do fim da Casablanca, no auge do seu sucesso, em circunstâncias desconhecidas, como comentado anteriormente neste texto. No mesmo ano surge a Gulliver S.A. Manufatura de Brinquedos, localizada na cidade de São Caetano do Sul.


A Gulliver dá continuidade à produção do Forte Apache e produziu, e produz, produtos de excelente qualidade como demonstrado adiante.


A mística dos produtos da Casablanca, que existia na mente dos apreciadores de Forte Apache dos anos 60, no entanto, se perdeu para sempre ou, se perdurou, foi somente na mente de quem conheceu os produtos.


12. OS ANOS 70, ATÉ 1977


Quem foi criança na década de 70 ainda teve oportunidade de assistir muito Rin Tin Tin, assim como Bonanza, Laredo, James West, Chaparral, Gunsmoke, entre outras tantas séries maravilhosas. Além disso, com certeza assistiu muito filme de faroeste na Sessão da Tarde, ou Sessão das Duas. Embora já fosse raro encontrar filmes de faroeste passando nos cinemas nos anos 70, eles eram fortes na TV e, desta forma, ajudavam a manter nas crianças o desejo de possuir brinquedos ligados ao tema.


A Gulliver, fundada em 1969, continua produzindo o Forte Apache, que se mantém um brinquedo campeão de vendas ao longo da década de 70.


Abaixo, a imagem das instalações da Gulliver em São Caetano do Sul:

 

                         


A marca FORTE APACHE, no segmento de jogos, brinquedos e passatempos, está registrada no INPI em nome de Gulliver S.A. Manufatura de Brinquedos. O depósito do registro ocorreu em 21 de julho de 1971. A concessão do registro ocorreu em 25 de setembro de 1975 e a validade é 25 de setembro de 2005.

Nos anos 70 o Forte Apache era integrante da série far-west de brinquedos Gulliver.

Os modelos de Forte Apache produzidos ao longo da década de 70 eram de madeira. Não existiu Forte Apache de plástico neste período. No entanto, logo no começo já é possível perceber algumas mudanças que vão na direção da preocupação com a segurança do brinquedo:

- As paliçadas, embora continuassem representando troncos de madeira na posição vertical, não possuíam mais pontas;

- A qualidade do acabamento da madeira melhorou muito, reduzindo a possibilidade de ferimentos com farpas.

A ilustração das caixas de Forte Apache do período 1970 – 1977, feita por Nelson Reis, era esta:

 

Temos certeza que esta imagem do forte em labaredas, sob ataque, traz muitas boas recordações aos leitores do texto.

Poucas informações dispomos sobre o Forte Apache produzido no período 1970 – 1972. Abaixo, a imagem de um dos modelos produzidos naquela época:

Este Forte Apache era o modelo “mini” produzido à época, e possuía as seguintes principais características:

- Já vinha montado na caixa, ou seja, as quatro paliçadas não eram de encaixar;

- O pórtico, que vinha desmontado, era de encaixar sobre as laterais do portão;

- Foi o maior (dimensões) modelo “mini” produzido na década de 70;

- Aparecem as guaritas de plástico que nos anos 60 equipavam o Forte Apache de plástico. Este modelo de guarita seria aposentado em 1979

- Não possuía casa quartel general.

No período 1973 – 1977 o Forte Apache era produzido em três tamanhos:

- Grande Forte Apache (caixa com laterais vermelhas);
- Forte Apache (caixa com laterais amarelas);
- Mini Forte Apache (caixa com laterais azuis).

O Grande Forte Apache produzido entre 1973 e 1974 manteve as paliçadas com a representação de troncos na vertical. Os modelos Forte Apache e Mini já vinham com a representação de troncos na horizontal. A partir de 1975 todos os modelos teriam a representação de troncos na horizontal.

Acreditamos que a única razão para esta mudança de posição na madeira (vertical para horizontal) tenha sido facilitar e/ou baratear o processo produtivo, uma vez que o formato “vertical” representava melhor os fortes do velho oeste (aqueles que tinham paliçadas).

A seguir, apresentamos a imagem do Grande Forte Apache produzido entre 1973 e 1974. Destacamos as seguintes características do modelo:

- Era maior (em dimensões) do que todos os modelos que seriam produzidos até 1990;

- Possuía portão duplo;

- O mastro era de madeira;

- A bandeira da 7a cavalaria substitui a bandeira dos Estados Unidos (na história real a 7a cavalaria jamais passou perto do Forte Apache);

A casa quartel general era de plástico, no mesmo modelo que acompanhava a versão do brinquedo Chaparral.

Abaixo, a imagem deste forte, como era apresentada no catálogo da Gulliver:

Os modelos Forte Apache (médio) e mini produzidos entre 1973 e 1977 foram os mesmos, variando apenas a casa quartel general que acompanhava o modelo médio e o idioma. As madeiras de sustentação da placa “Forte Apache” eram amarelas, ou vermelhas, dependendo da série.

 

A seguir, apresentamos as imagens dos catálogos da Gulliver. A casa quartel general que aparece na ilustração é o modelo produzido a partir de 1975. A casa produzida entre 1973 e 1974 era basicamente igual, com a diferença de que possuía uma soleira na parte da frente.

As três imagens apresentadas na sequência são:
- Forte Apache (médio);
- Mini Forte Apache;
- Grande Forte Apache, modelo 1977.

O Grande Forte Apache 1977 já vinha montado na caixa. De encaixar era apenas o pórtico.

Nos anos 70 não existiram mais as pontas de prego expostas para encaixar as laterais dos fortes. Quando os modelos já não vinham montados na caixa, os encaixes eram de plástico (e quebravam com facilidade).

O modelo mini não vinha com a casa quartel general.

 

Nos anos de 73 e 74 a Gulliver produziu a série “Brincalhões”. Foi um brinquedo atípico dentro da linha faroeste. Era composta por figuras de índios e de cowboys risonhos, parecidos com smurfs. Também vinham cavalos risonhos. Não havia soldados nesta série.

Apesar de ser um produto atípico, fazia parte da Série Far-West.

Os brincalhões possuíam um Forte Apache próprio, que nada mais era do que o modelo mini Forte Apache da série normal, com guaritas amarelas.

Abaixo, a imagem do Forte Apache dos brincalhões.

                    
                              

A caixa do forte dos brincalhões era ilustrada com a figura de um índio e de um cowboy, ambos no estilo brincalhões. Não vinha com o tradicional desenho do Nelson Reis, mencionado anteriormente.

13. OS ANOS 1978 E 1979

A década de 70 se aproximava do seu final, e já se viviam as expectativas das mudanças que os anos 80 trariam para o mundo, para o país e para a sociedade, e as mudanças seriam grandes, incluindo, para nós, o processo de redemocratização.

Na TV os filmes de faroeste rareavam, e as antigas séries não eram mais transmitidas. Era um tempo de expectativa pelo “novo” e o faroeste, infelizmente para aqueles que o apreciam, fazia parte do “velho”. Era o tempo das discotecas, da anistia, de um novo e moderno Papa, era tempo de mudanças.

Neste contexto, a Gulliver resolveu dar uma repaginada no seu produto tradicional buscando, através de uma mudança de visual, dar uma “sacudida” em suas vendas. Mas o Forte Apache ainda era um brinquedo comercialmente forte, entre os preferidos das crianças.

A Gulliver lançou quatro modelos de Forte Apache no biênio 78/79. As principais mudanças foram as seguintes:

- Deu-se adeus à famosa ilustração de Nelson Reis, que havia acompanhado o brinquedo ao longo da década de 70. Em seu lugar, entrou a fotografia do menino brincando de Forte Apache;

- Toda a linha de brinquedos faroeste da Gulliver ganhou uma base de madeira com ilustração que imitava o deserto (chapa dura impressa). O Forte Apache não fugiu a esta mudança, e passou a vir pré-montado sobre esta base. Em 1979 um dos autores deste texto adquiriu um Forte Apache cuja base de madeira era toda verde, e não tinha a imagem do solo desértico. Não sabemos se foi um defeito deste item, ou se foi uma série que saiu assim. Estas bases possuíam presilhas onde as figuras podiam ser afixadas para que não caíssem;

- Os fortes passaram a ter apenas dois tamanhos – pequeno e grande;

- A madeira das paliçadas, que havia sido sempre avermelhada, passou a ser alaranjada;

- O Forte Apache modelo grande perdeu a paliçada de madeira dos fundos e em seu lugar entrou um conjunto de plástico com três casas;

- O forte não tinha mais mastro. As bandeiras foram para cima das guaritas, lembrando o Forte Apache de plástico da Casablanca;

- As guaritas dos modelos 1978 eram amarelas, com telhado vermelho. O mastro para bandeira ficava sobre este telhado. Note-se que guaritas amarelas haviam equipado antes o Forte Apache da série Brincalhões;

- A partir de 1979 as guaritas foram substituídas por torres, que equipariam o Forte Apache por toda a década de 80. A inspiração para estas torres foi um brinquedo espanhol – Fort Grant da Comansi (foto abaixo).



A seguir, apresentaremos algumas imagens desta série. Nem todas as imagens são boas, pois se trata de brinquedo antigo.

Iniciamos pela caixa, ou pelo que restou dela (!), do Forte Apache modelo grande de 1978:


O modelo grande vinha com 26 figuras e uma carroça.

A seguir, a imagem do Forte Apache que ilustrava o catálogo Gulliver da época.



A caixa do modelo pequeno. A diferença básica para a caixa do modelo grande é que nessa o menino não está brincando com a carroça.

                          

E, para terminar, o Forte Apache 78, modelo pequeno:

 

 

O Modelo pequeno possuía a paliçada dos fundos de madeira, ao contrário do grande, e uma casa quartel general amarela, de plástico. O modelo da casa é o mesmo que vinha já em 1975 equipando os fortes. A inovação é a cor – amarela.

Em 1979, como comentado anteriormente, as guaritas foram substituídas por torres de vigilância. Já o estilo da caixa permaneceu o mesmo – o menino brincando com o forte. O forte da ilustração da caixa já era o modelo novo, com torres, e, se a memória não nos trai, a camisa do menino era branca com xadrez preto (vermelho na versão 78).

Em 79 ocorreu, também, uma mudança no pórtico e uma pequena mudança na apresentação do nome “Forte Apache” sobre o portão. Interessante que muitos modelos 78, como o da foto acima, vieram com o pórtico 79, ou seja, abria-se a caixa do brinquedo e descobria-se (quem era atento a detalhes) que o pórtico do brinquedo 78 era diferente daquele apresentado na ilustração da embalagem.

O modelo pequeno vinha com 24 figuras.

Outro aspecto interessante é que a foto da embalagem dos modelos 78 apresentava duas bandeiras dos Estados Unidos, mas no brinquedo vinha uma bandeira dos Estados Unidos e uma da 7a Cavalaria. O modelo 79 vinha com duas bandeiras dos Estados Unidos.

PROPAGANDA

Na década de 70 as propagandas dos Forte Apache povoavam as revistas em quadrinhos. A seguir apresentamos dois exemplos de propaganda do Forte Apache que a Gulliver publicava nas revistas em quadrinhos dos anos 70.

                           

 

                          

14. DIVISOR DE ÁGUAS

A História do Forte Apache no Brasil pode ser dividida em duas metades:
- 1964 a 1979;
- 1980 – atual.

Evidentemente, estes períodos podem ser subdivididos. Por exemplo, o primeiro período pode ser dividido entre a fase Casablanca e a fase Gulliver. O segundo período pode ser dividido, por exemplo, entre fase madeira e fase plástico. Mas a divisão radical acontece em 1980, uma verdadeira divisão de eras, de mudanças mais radicais na linha faroeste.

Os autores deste texto são colecionadores mais antigos e, desta forma, consideram como fase de ouro do Forte Apache no Brasil o período compreendido entre 1964 e 1979.

Isto não é um demérito aos produtos que foram produzidos a partir de 1980. Com certeza, são os produtos pós 1980 que povoam as recordações de muitos jovens adultos de hoje.

Mas por quê “fase de ouro”? É difícil de explicar de forma objetiva. Tentemos dar um pouco de racionalidade a este conceito, a esta divisão (se é que é possível racionalizar):

- A popularidade do Forte Apache é bastante distinta entre as duas épocas. Uma quantidade proporcionalmente maior de crianças da geração pré 79 brincou de Forte Apache, do que da geração pós 80. Outros brinquedos tiveram muita popularidade nos anos pós 1980, tais como super heróis, playmobil, brinquedos ligados a desenhos da TV, como He Man, etc. Sem falar nos videogames. Com mais apreciadores, o brinquedo era mais vendido e podia ter mais detalhes a custo menor.;

- As figuras que acompanhavam o forte mudaram a partir de 1980. Para os autores, até 1979 havia uma riqueza maior de caracteres, de detalhes. É clara a redução de detalhes ocorrida nos “acompanhamentos” do Forte Apache pós 1980. Mas as figuras são tema para um outro volume desta enciclopédia;

- Muitos fortes produzidos no pré 79 eram mais rústicos. Até os defeitos que os fortes mais antigos pudessem ter parece que somam ao romantismo da época pioneira.

Bom, vamos em frente conhecer ou relembrar esta nova era do Forte Apache no Brasil.

15. EXATAMENTE SOBRE O DIVISOR DE ÁGUAS, UM FORTE DE DUAS ERAS

Exatamente na virada dos anos 70 para os anos 80 a Gulliver lançou o único forte que não se chamou apache – O Forte Arizona.

As razões deste lançamento não nos são conhecidas. Poderiam ser, entre outras:

- A Gulliver estava testando se havia espaço para mais um brinquedo de faroeste no mercado;

- A Gulliver estava testando a receptividade do público consumidor a uma outra marca, que não Forte Apache.

O Fato é que o Forte Arizona foi produzido por muito pouco tempo, uns três anos no máximo, mas deixou saudades.

Iniciamos apresentando a gravura que ilustrava a caixa do Forte Arizona, um desenho muito bonito do forte sob ataque.

                         



O Forte Arizona possuía as seguintes principais características:

- Era pré-montado, seguindo a tendência que se observava desde 1978;

- De encaixar na estrutura pré-montada era o portão e o pórtico;

- As paliçadas representavam troncos na posição vertical, algo que não se via desde 1974;

- Os troncos tinham pontas, coisa que só tinha havido antes nos modelos da década de 60 lançados pela Casablanca;

- O forte tinha duas torres, no mesmo modelo das que integravam o Forte Apache 1979;

- O forte possuía uma estrutura de plástico representando um alojamento, que era encaixada junto à paliçada do fundo. Esta mesma estrutura iria equipar os fortes lançados nos anos seguintes.

Vejamos o Forte Arizona:

                         



Por quê uma “forte de duas eras”?

Porquê o Forte Arizona teve duas versões. As versões eram iguais, o que mudava eram as figuras que acompanhavam o conjunto, seguindo a tendência de cada era:

- A primeira versão, lançada no final dos anos 70, trazia as figuras tradicionais da Gulliver que acompanharam o brinquedo nos anos 60 e 70, pintadas à mão;

- Como a produção do forte teve continuidade no início dos anos 80, e as figuras tradicionais pintadas à mão não eram mais produzidas, o Forte Arizona passou a ser equipado com figuras da cor do plástico, sem pintura – tendência do início dos anos 80. As figuras eram de fôrma Britains e Airfix. Foi o único forte que foi acompanhado com estas figuras em fôrma Britains e Airfix.

16. OS ANOS 80, PRIMEIRA METADE

Em relação aos lançamentos de Forte Apache, a década de 80 pode ser dividida em duas metades bem distintas.

Como comentado anteriormente, a década de 80 foi uma década de mudanças, e o Forte Apache não ficou de fora. Algumas das principais mudanças dos modelos anos 80 em relação aos seus antecessores:

- A cor da madeira dos fortes foi sempre alaranjada, nunca mais foi vermelha;

- As guaritas foram definitivamente substituídas por torres de vigilância. As torres foram de plástico amarelo no início e, posteriormente,de plástico marrom (mais representativo de madeira);

- A bandeira dos Estados Unidos substituiu definitivamente a bandeira da 7a Cavalaria. Interessante observar que a década de 60 foi da bandeira dos EUA, a década de 70 foi da bandeira da 7a Cavalaria, e nos anos 80 retornou a bandeira dos Estados unidos. A partir de 1990 ambas as bandeiras iriam conviver lado a lado;

A primeira metade dos anos 80 teve uma série do Forte Apache, composta por dois modelos: o grande e o pequeno.

O modelo grande vinha com duas torres, e o modelo pequeno com uma. As torres não eram novidade, pois já haviam equipado o Forte Apache modelo 1979, e o Forte Arizona.

Ambos os modelos vinham com o “alojamento” de plástico igual ao que equipava o Forte Arizona.

No que se refere à embalagem, algumas novidades:

- Como comentado anteriormente, os fortes lançados entre 1970 e 1977 traziam a ilustração feita por Nelson Reis. Era a mesma ilustração para todos os modelos, fossem eles grandes ou pequenos;

- Na linha 78/79 a ilustração foi substituída pela foto do menino brincando com o forte;

- Em 1980 as caixas voltam a trazer desenhos, produzidos por Nelson Reis, mas com a inovação de que os desenhos eram diferentes para o forte grande e para o pequeno.

A seguir, apresentamos ambas as imagens, sendo a primeira a do modelo grande e a segunda a do pequeno.

                        



                        

A principal mudança que ocorreu a partir de 1980 foi nas figuras. Foram definitivamente abandonadas as figuras tradicionais pintadas à mão, que haviam acompanhado o Forte Apache desde seu lançamento em 1964. Em seu lugar entraram as figuras em fôrma Atlantic (fábrica Italiana), sem pintura, na cor do plástico. O Forte Apache era acompanhado pelos seguintes conjuntos de figuras:

- Soldados do conjunto 7a Cavalaria, na cor azul;

- Índios do conjunto Touro Sentado, na cor vermelha;

- Mineiros do conjunto Corrida do Ouro, na cor branca/bege/amarelada/creme, um pouco indefinida na verdade.

Mas figuras serão um assunto específico para um volume futuro da Enciclopédia do Forte Apache.

Apresentamos a seguir as imagens dos fortes, sendo a primeira do modelo grande e a segunda do modelo pequeno:

                        



                        

17. ANOS 80, SEGUNDA PARTE

Temos que admitir que os produtos da primeira metade dos anos 80 ficaram um pouco abaixo do tradicional “padrão” Gulliver de qualidade, em nosso julgamento.

No entanto, na segunda metade da década a empresa resolveu apostar novamente na linha de brinquedos de faroeste.

Não sabemos as razões desta mudança de rumo, se foi em função de aspectos internos da própria empresa, se foi em função de melhoras temporárias ocorridas na economia, como no período do Plano Cruzado, etc. O fato é que a qualidade dos brinquedos de faroeste lançados na segunda metade da década é bastante superior aos mostrados no capítulo anterior.

Neste período os produtos de faroeste voltaram com tudo – Caravana, Acampamento Apache, Texas Express – mas estes são assunto para outro volume da enciclopédia.

No que se refere ao Forte Apache, foi lançada uma série, com dois modelos, grande e pequeno.

Foi preparada uma ilustração muito bonita para a caixa do Forte Apache, e a mesma gravura ilustrava tanto a caixa do modelo grande quanto a caixa do modelo pequeno. (A imagem foi copiada de um livro lançado nos anos 70 denominado Os ìndios).

Como comentado ao longo deste texto, os soldados que “serviam” nos fortes da Casablanca e da Gulliver eram da 7a Cavalaria. No entanto, nenhuma figura lançada por estas empresas jamais representou o General Custer, comandante deste regimento. A fábrica que lançou uma figura para representar este personagem foi a Viocema.

Pois bem, no Forte Apache lançado na 2a metade dos anos 80 a Gulliver colocou o General Custer na ilustração da caixa. Foi a única vez que a imagem do General Custer apareceu num desenho de caixa, entre todos os fortes lançados nos últimos 41 anos. Anteriormente, uma imagem figurada do General Custer havia ilustrado as caixas dos conjuntos Conquista do Oeste e Caravana (fase Gulliver).

Mostramos abaixo a embalagem do Forte Apache anos 80, 2a metade. A ilustração representa um forte sendo invadido, sendo que a cena é mostrada de dentro do forte.



Principais características do Forte Apache anos 80, 2a metade:

- Os modelos grande e pequeno eram iguais salvo, obviamente, pelas dimensões e pelo número de torres (duas no grande, uma no pequeno);

- Inovação – o alojamento que era de plástico nos modelos produzidos no início da década, passou a ser de madeira;

- Grande inovação em relação ao modelo anterior – embora as figuras continuassem a ser as mesmas Atlantic da série anterior, passaram a ser de vinil e pintadas à mão. A pintura era de excelente qualidade, com cores fortes.

Abaixo, imagem do modelo grande.


Abaixo, imagem do modelo pequeno.



Abaixo, a imagem do forte modelo grande que vinha na lateral da embalagem do brinquedo. Fotos dos conjuntos nas laterais da embalagem existiram nas séries de 78 e 79, e depois retornaram nesta série da segunda metade dos anos 80.

                          



Este foi o último Forte Apache produzido em madeira pela Gulliver.

18. ANOS 90, PRIMEIRA PARTE

1990 marcou o fim da “era” da madeira. Daí para frente, só foram produzidos fortes em plástico. Interessante – um modelo em plástico foi produzido na década de 60, como comentado anteriormente, e depois o plástico foi abandonado por 20 anos. Quando retornou, foi de forma definitiva e acabou de vez com a madeira.

A década de 90 iniciou com uma série de Forte Apache em plástico, em três modelos:

- Grande, com caixa vermelha, número 1;

- Médio, com caixa azul, número 2;

- Pequeno, com caixa amarela, número 3.

Os fortes em três tamanhos haviam sido produzidos na década de 70, até 1977. Depois disso, entre 1978 e 1989, foram lançados só em dois tamanhos.

Os três fortes lançados em 1990 se diferenciavam pelas dimensões e pela quantidade de torres:

- Grande – 4 torres;

- Médio – 2 torres;

- Pequeno – 1 torre.

O Forte Apache anos 90 trouxe as seguintes principais características:

- De plástico, de montar, com partes encaixáveis;

- As torres de vigilância passam a integrar a própria estrutura da paliçada do forte;

- A casa quartel general passa a ser encaixável na paliçada. O modelo grande vinha com duas casas quartel general;

- O nome “Forte Apache” passa a ser uma etiqueta auto-adesiva que deve ser colado no pórtico do forte;

- Junto vinham outros adesivos para serem colados nas casas quartel general.

Era o início da série denominada FarWestStory.

Apresentamos a seguir imagem da caixa do Forte Apache modelo grande.

                            



Assim como no Forte Apache da segunda metade dos anos 80, esta ilustração também representa a invasão do forte pelos índios, vista de dentro. No horizonte da imagem está o Monument Valey, onde foi gravado o filme “Fort Apache” de John Ford. O desenho é assinado por Palácios.

Em relação aos fortes deste período cabe ressaltar que a qualidade da pintura das figuras que acompanhavam o brinquedo continuava excelente. Eram figuras de vinil, pintadas à mão. Com cores fortes e vivas.

Apresentamos a seguir a imagem do Forte Apache modelo grande, número 1.

                         



19. ANOS 90, SEGUNDA PARTE

Os modelos comentados acima ficaram alguns anos em linha mas, ao longo dos anos 90, foram substituídos.

O forte sucessor era basicamente o mesmo, salvo pelas seguintes principais diferenças:

- A caixa de papelão foi substituída por uma maleta plástica. Mais adiante neste texto são mostradas fotos das maletas;

- De três tamanhos, passou para dois. O médio virou pequeno, e o grande continuou grande. O pequeno vinha em maleta azul e o grande em maleta vermelha;

- A qualidade da pintura das figuras passou a ser bastante inferior em relação ao padrão anterior;

-
Não vinham mais os adesivos para serem colados na casa quartel general.

A maleta de plástico transparente vinha com uma gravura em papel para ilustrar o produto. Nos anos 90 a gravura era esta:

                                  


Abaixo a ilustração do Forte Apache modelo pequeno, da maleta azul.

                              

20. ENFIM, O NOVO MILÊNIO

Depois de quase 40 anos de produção ininterrupta, o Forte Apache Brasileiro entra no terceiro milênio.

2004 é o ano do aniversário de 40 anos, mas passa em branco, sem comemorações especiais. E olha que não é todo dia que se faz quarenta anos. Quantos brinquedos ficaram mais de quarenta anos em linha de produção no Brasil?

Sob o risco de esquecer de alguns, lembramos do Autorama, do Banco imobiliário, do Lego e dos carrinhos Matchbox..

Mas não são muitos. Então, é algo a se comemorar, e se não houve nenhuma comemoração oficial patrocinada pelo fabricante, comemoramos nós, colecionadores e/ou admiradores do tema. E que venham muitos outros aniversários, apesar das dificuldades de mercado.

Atualmente, a Gulliver produz três modelos de Forte Apache:

- Forte Apache grande, maleta vermelha;

- Forte Apache pequeno, maleta azul;

- Forte Apache Ação Total.

Os dois primeiros são iguais aos modelos produzidos na 2a parte da década de 90. O que mudou é a gravura que acompanha a maleta plástica. Ao invés de um desenho, agora é uma imagem do próprio Forte Apache. A qualidade da pintura das figuras também caiu mais um pouco em relação às antecessoras.

Apresentamos a seguir as imagens das duas maletas, versão atual.

                                      

                                      

A seguir, as imagens dos modelos grande e pequeno da linha atual.

                                  


                                  

 

- Forte Apache Ação Total

Em 2002 foi lançada a série Ação Total. O Forte Apache ação total é basicamente o mesmo modelo da outra série. As inovações são:

- Vem em caixa de papelão, saindo do conceito de maleta plástica;

- Figuras – as figuras tradicionais Atlantic que acompanhavam o Forte Apache desde 1980 são substituídas por figuras articuladas. Nas figuras é possível encaixar armas e objetos, num conceito parecido ao do Playmobil.

Apresentamos a imagem que ilustra a caixa do Forte Apache Ação Total:

                        



E, abaixo, o Forte Apache Ação Total.

                        



Na série ação total a Gulliver chegou a lançar um conjunto que vinha só com a paliçada frontal do forte, mas acreditamos que já esteja fora de catálogo no momento em que escrevemos este texto.

CONCLUSÃO

Este texto objetivou cobrir a história do Forte Apache Brasileiro no período 1964 – 2005. Esperamos que tenha sido útil e agradável.

Nestes 41 anos o Forte Apache viveu sua fase de ouro, onde foi o brinquedo mais desejado pelos meninos da época.

Atualmente, a fase não é mais dourada, mas o Forte Apache ainda mantém um razoável volume de vendas. Acreditamos que as vendas atuais são sustentadas, basicamente, por pais que brincaram de Forte Apache em suas infâncias, e que querem que seus filhos tenham a mesma alegria. Atualmente, os diversos lançamentos de castelos, de diversas fábricas, terminam por tirar um pouco do espaço do Forte Apache.

Os filmes e a TV exercem um papel fundamental na comercialização de brinquedos, haja visto o sucesso que brinquedos como Homem Aranha e Hulk fizeram após o lançamento dos respectivos filmes. Assim, seria necessário, talvez, um “remake” de Rin Tin Tin para o cinema para turbinar a venda do Forte Apache. Mas como se no Rin Tin Tin “morriam” índios aos montes nos ataques da cavalaria, e isto hoje seria politicamente incorreto?

Enquanto não acontece algo do gênero, convocamos os leitores desta enciclopédia a adquirirem um Forte Apache cada um e, assim, ajudar a preservar este brinquedo tão importante na vida e nas lembranças de tantas pessoas.

E para encerrar este texto, nada melhor do que a poesia temática de Daniel Fiúza.

Forte apache

Autor: Daniel Fiúza
23/04/2001

O forte apache cercado,
por índios em seus cavalos,
selvagens por todos os lados,
um lanchinho no intervalo.


Com a boca suja de toddy,
toca a corneta o soldado,
com a mão limpa o bigode,
põe os atiradores de lado.


A luta feroz continuava,
a tropa toda se reunia,
a tribo de índios atacava,
o forte apache se defendia.

A batalha estava dura,
a luta os soldados perdiam,
de repente veio ajuda,
chegou rápida a cavalaria.

Os índios vendo a tropa,

pensaram até em fugir,
agora não tinha volta,
bravos, iam lutar ou cair.

O general estava resfriado,
de repente ele espirrou,
matou índios e soldados,
a guerra no forte acabou.

Forte, índios e os soldados,
numa caixa foram dormir,
o sonho estava guardado,
para outro sonho surgir.



AUTORES EM ORDEM ALFABÉTICA

Marcos de Bem Guazzelli – colecionador de Curitiba/PR
Marcos de Vasconcelos Faria – colecionador de Angra dos Reis/RJ
Wagner de Azevedo Marques – colecionador de São Paulo/SP

FONTES CONSULTADAS PARA A REALIZAÇÃO DESTE TRABALHO

Para elaboração deste texto foram consultadas as seguintes fontes:

1. Publicações
Catálogos de produtos Gulliver de 1973, 1974, 1977, 1978 e 2002

Jornal Folha de São Paulo

Revista Exame Homem – dezembro de 2003

Revista Exame – fevereiro 2005

A História do Brinquedo, Cristina Von, Ed. Alegro.

Revistas em quadrinhos diversas

2. Sites

www.galeriadosbrinquedos.com.br
www.gulliver.com.br
www.mercadolivre.com.br

www.nosthalgia.kit.net

www.usinadeletras.com.br


3. Colecionadores
Miguel Cerrato – colecionador de São Paulo/SP

Raul Aguiar – colecionador de Belo Horizonte/MG

Memória e acervos dos autores do texto

Os erros existentes neste trabalho são de responsabilidade exclusiva dos autores.

Nota dos autores:

Este texto foi escrito para publicação no site www.galeriadosbrinquedos.com.br, razão pela qual a “Galeria” é citada ao longo do texto.

Como a “Galeria” optou por não mais publicar artigos, decidimos publicar no site www.brinquedosdefaroeste.com.br.

E esperamos poder concluir os outros dois volumes que restam para completar a enciclopédia.

Agosto de 2005.

Os autores.





Comentários

Enviar comentario

De: farraprf@yahoo.com.br
Boa tarde Marcos eu tenho na memoria esse Forte Apache de plastico pois havia um que foi exposto por varios anos em uma loja da minha cidade no interior do Pará. Nós as crianças locais passavamos horas e horas por varios dias namorando ele nas ferias de final de ano.


De: Ricardo Fernandes Braz
O meu Forte Apache, ganhei entre 1975 e 1978. Junto com uma Caravana com 6 cavalos. Tenho saudade e ressentimento por não ter guardado. Brinquei muito...mas não sabia fazer os índios perderem... Vejo os exemplares na internet, cada soldado, cowboy, índio, cavalo e lembro dos que tinha. Eu tinha um Rintintim e um cabo Rust. A cor do meu Forte era mais clara.


De: MARCO ANTONIO MONTEIRO
COMO JÁ COMENTEI EM OUTRO ARTIGO, GANHEI O MEU FORT NO NATAL DE 1966. AQUELE MODELO PARA MIM FOI INSUPERÁVEL.


De: turraocana@hotmail.com
boa noite gostaria de adicionar o link deste site ao meu www.vidaferromodelista.com.br , pois estou aumentando paginas e como este é um hobby, deste sempre , so a titulo de agregar mais informações a pagina, aguardo seu contato ..........


De: jorgeabmael@hotmail.com
que pena que no brasil o que e bom sempre acaba cedo como a morte de getulio vargas e o fechamento da casa blanca mais tenho mais de 50 cavalos gulliver e casa blanca na minha coleçao e na minha emfacia assistia filmes de faroeste e ate hoje com 38 anos continuo assistindo e um coisa super bacana que droga de brasil se hoje tivese esses forte a venda com toda certeza do mundo e compraria na epoca de criança minha mae era domestica e eu ia para a casa do povo rico e via todos aquele brinquedos que vondade que dava de brincar mais nao podia pelo o fato de ser pobre brincando com filhos de rico isso continua sendo brasil


De: Paulo Soares
Que matéria legal, sempre gostei do forte apache e hoje tenho os 3 modelos recém lançados, espero que a Guliver lance o grande forte apache de 68, e também o de 78, Comprarei com certeza.


De: cassiano olegario
Acredito que os dois fortes da década de 80 são muito bonitos, digo isso pois foram novidade para a criançada. Traziam as figuras da Atlantic que até então ouso dizer ninguém conheçia. Infelizmente essas mesmas figuras são as usadas até hoje e acredito que isso causou uma certa implicânçia por parte dos coleçionadores, não teria acontecido se a gulliver tivesse jogado de tempo em tempo com outras figuras, todos sairiam ganhando, a própria gulliver que teria uma gama de produtos novos e clientes fiéis e os coleçionadores que teriam sempre novidade para impulsionar suas coleções. Infelizmente a empresa não soube manter e dar o devido valor ao produto que foi o carro chefe de vendas durante anos e marcou gerações ...que pena!!


De: Freitas.......Rio Claro.SP............
Primeiramente parabêns pelo site::: Tenho 55 anos e na minha infância tive um Fort Apache (segundo modelo sucessor do original com escadas e mastro de plástico) que ao passar do tempo não lembro onde foi parar. Mas ao conhecer o site e começar a ler os diversos artigos (confesso que em certos momentos lembranças me emocionaram) me deu saudade tão grande que resolvi adquirir um novo Forte Apache.. Achei legal o de quatro guaritas Ação Total Gulliver,fiz a encomenda mas ao receber o mesmo não gostei das figuras articuladas. Resolvi encomendar alguns baldes Far West conseguindo oito figuras (poses) e duas cores de soldados e o mesmo para indios e muuuuuuuuitas repetidas com boa divisão de cavalos para indios,cowboys e regimento. Tentei novas figuras (poses) encomendando um Batalha Junior,o que não aconteceu e posteriomente adquirindo outros kits consegui a tão sonhada dose (12) poses.. Aproveitei e fiz um upgrade no Ação Total acrescentando uma cerca em cada lado do portão e duas no fundo e mais a casinha. Estou muuuuuito feliz por ter novamente o brinquedo,observo e viajo no tempo .....que saudade....enfim.......Obrigado pelo site existir..........02/02/13...


De: NEL _ BONITO - PE
PARABÉNS A ESSA MARAVILHOSA ENCICLOPÉDIA, EU COMO TANTOS COLEGAS JÁ TIVE UM FORTE APACHE QUANDO CRIANÇA. CONHECER ESSE DOCUMENTÁRIO SOBRE BRINQUEDO DO FAROESTE, ME DEU UM SAUDADE MUITO GRANDE DAS MINHAS BRINCADEIRAS COM OS MEUS BONEQUINHOS DE FAROESTE, JÁ QUE EU SOU APAIXONADO POR TUDO RELACIONADO COM O VELHO OESTE AMERICANO. HOJE TENHO 40 ANOS SOU PROFESSOR E COLECIONO TUDO REFERENTE AO FAROESTE, JIBI, FILMES, REVISTAS, ETC. MAIS UMA VEZ PARABÉNS PELO TEXTO E O SITE, UM GRANDE ABRAÇO POR NOS PROPORCIONAR TANTA NOSTALGIA.


De: Daniel Daudt Sagebin
Lindo! Um regate histórico louvável e nostálgico! Brinquei muito, com meu irmão e amigos, no meu Forte Apache, durante minha infância, nos anos 1970... Não sabia que ainda era produzido (mais que isso, ininterruptamente!), mas agora vou tratar é de comprar um para dar de presente aos meus filhos! Parabéns pelo texto e pelo saite, ambos excelentes.


De: welington luis
meu to com 34 anos a inda penço mo forte apache lembro do meu primeira caixa no na tal de 1988 como faço aniversario 13 de janeiro ganhei outra


De: vitor
tive um forte apache agora vejo que e legal brincar no meu aniversario ganhei ochaparral com 13 homems e 5 cavalos e estou contente


De: neto
olha o meu email por favor me informe .netobr3@hotmail.com


De: neto
Eu quero comprar aode posso encontrar ?


De: Tadeu Buono
Parabéns´pelo histórico , É uma pena que estas maravilhas se perderam no tempo . Será que a Gulliver vendo que tantos gostam destes tipos de brinquedos , relancem estes sets tipo : ponderosa , forte apache , chaparral , virginia city , acampamento apache , caçadores de fronteiras selvagens , fantasma , tarzan , e outros que nos fariam vibrar de alegria , e mal sabem eles que vendas fantásticas teriam no mercado . Vamos torcer . Um abraço .


De: hugo m ribeiro
texto historiográfico estupendo, quem viveu e brincou com o original fort apache só tem a agradecer ao autor desta pesquisa a grata recordação de uma infancia feliz e livre de clichês politicos e moralistas de hoje!!!


De: mauriciobitte@hotmail.com
Também sou de Curitiba, gostaria de conhecer a sua coleção. (Marcos Guazzelli)


De: edmauro
voltei no tempo meu pai tentou construir um forte apache utilizando lapis isso em 1970 não deu certo minha tia me presenteou com um de madeira de verd


De: everson
poderia me dizer se a informação do item 9 do grande forte apache casa blanca de que o mastro da bandeira era de madeira esta certo ?


De: IRACY SILAS GAMBA
Sou de S.Caetano do sul, S.Paulo,iracysilas@ig.com.br


De: IRACY SILLAS GAMBA
Encontrei esta reportagem, e fiquei muito emocionada, ao ver meu nome e do meu marido Romualdo, realmente pintamos muitas peças dessa empresa, Abraços


De: Armando Ribeiro
Que bom encontrar pessoas que gostem da mesma coisa e compartilhar dessa saudade. Pessoa, estou querendo remontar meu Forte Apache, como faço?


De: online
intiresno muito, obrigado


De: marco campanella-mcampanella@oi.com.br
eu me lembro:que em 1969,eu pedi "indinhos" de presente para minha mae,e ela dizer que a fábrica em sao paulo tinha pegado fogo.na mesma época, comentando com um amigo,ele confirmou,porque a mae dele tinha falado o mesmo.resultado:ganhei soldadinhos verdes da segunda guerra mundial,que nem me lembro a marca.abraços a todos.


De: marco campanella-mcampanella@oi.com.br
eu me lembro:que em 1969,eu pedi "indinhos" de presente para minha mae,e ela dizer que a fábrica em sao paulo tinha pegado fogo.na mesma época, comentando com um amigo,ele confirmou,porque a mae dele tinha falado o mesmo.resultado:ganhei soldadinhos verdes da segunda guerra mundial,que nem me lembro a marca.abraços a todos.