O que a imagem acima está fazendo aqui num site sobre brinquedos de faroeste?
Bem, ocorre que o colecionador visitado mora em Angra dos Reis, e como este autor não é de ferro ... não podíamos passar por Angra sem dar um mergulho.
Desta vez visitamos o colecionador Marcos Faria. Ele é o meu amigo mais antigo no universo do colecionismo, a imagem abaixo é de outra visita que realizei (foram várias) em 2003.
Como a maioria dos meninos que foram crianças nos anos 60 e 70, o Marcos Faria teve brinquedos de faroeste na infância. Com o crescimento, seus interesses foram mudando e os brinquedos acabaram se perdendo no tempo.
Em 1994, já trintão, ele mudou para Angra dos Reis. Um belo dia, naquele mesmo ano, ele levantou cedo para caminhar pela praia. Enquanto caminhava encontrou um cavalo da Gulliver que havia sido trazido pela maré. O cavalo estava muito estragado, mas aquele encontro despertou instantaneamente todas as boas recordações da infância, e trouxe o desejo de ter aqueles brinquedos de volta. Como o Marcos é um ótimo artesão, o tal cavalo passou por um tratamento intensivo na sua improvisada UTI de brinquedos, e ficou melhor do que um novo. Na imagem abaixo, o cavalo, agora chamado de “número 1”:
Cheio de vontade, o Marcos Faria foi à luta para tentar conseguir brinquedos de faroeste. No começo não foi fácil, em 1994 a internet ainda patinava no Brasil. Mas com o tempo os brinquedos foram aparecendo, e a coleção, que se iniciou com apenas um cavalo, foi crescendo.
O Marcos Faria trabalha muito com a recuperação de figuras. Figuras que chegam para ele sem braço, sem pernas, sem cabeça, sem armas, ficam parecendo figuras novas depois que passam por sua UTI. É uma maneira de preservar figuras que, de outra forma, teriam como destino certo a lata de lixo. Nesses 18 anos de colecionismo ele já recuperou centenas de figuras, suas e de terceiros.
Coleções de brinquedos são espaçosas, e vão consumindo todos os espaços disponíveis que temos em nossas residências. Com o Marcos não é diferente, e mesmo investindo em vitrines ele ainda não conseguiu espaço suficiente para expor tudo o que tem. Mas nossa visita era para celebrar a inauguração das vitrines, o que fizemos com champanhe.
Sua casa possui dois andares, ligados por escada. Na metade da escada ele dá um comando: “parem”. E em seguida dá o segundo comando: “olhem para cima”. Ao olhar para cima, nos deparamos com o que está mostrado nas imagens abaixo:
Trata-se de uma forma bastante criativa de aproveitar espaço e nos permite admirar os fortes por um ângulo que, de outra forma, seria impossível.
Ao chegarmos ao topo da escada podemos observar a vitrine de frente. Nela estão contidos 4 fortes: dois da Gulliver e dois da Casablanca, diversas carroças da caravana e centenas de figuras de soldados e cavalos. Seguem imagens:
Na sequência somos introduzidos num dos cômodos da casa, e lá encontramos mais duas vitrines. Na maior estão um acampamento de índios, com mais de 30 tendas, entre Casablanca e Gulliver, um belíssimo trem do velho oeste e uma cidade da Papai Noel. Tudo povoado por centenas de figuras, carroças, diligências. No acampamento de índios, por exemplo, é hora do rush, pois seu pequeno rio abriga um congestionamento de canoas.
Tudo foi montado com a intenção de representar cenas de ação. O trem, por exemplo, está sendo atacado por índios, mas a cavalaria está vindo em socorro. Na cidade o banco está sendo assaltado. Um pouco mais adiante, uma boiada cruza a rua principal.
O trem é o modelo vendido pela Brinqtoys (ver links recomendados, neste site), com um trabalho de envelhecimento feito pelo Marcos.
Seguem imagens:
Uma surpresa nos aguardava – o Marcos havia adquirido dois conjuntos Chaparral, e não havia aberto a caixa, deixando para abrir quando chegamos, para que eu pudesse participar do processo. Bem, obviamente participei com entusiasmo, e dentro da caixa estavam os dois conjuntos nunca brincados, com a pintura das figuras absolutamente intacta. Seguem imagens do processo:
É muito bom abrir caixas assim. Faria isso todo dia, sem cansar... A vitrine menor deste cômodo já estava destinada a abrigar o Chaparral recém adquirido. Pelos demais cômodos da casa é possível encontrar brinquedos dentro dos guarda-roupas, sobre os guarda-roupas, na despensa, sob as camas, enfim, parece a minha casa... Além de colecionar brinquedos de faroeste o Marcos Faria coleciona carrinhos (de ferro e bolha), e uma vitrine para carrinhos está em seus planos. Na sequência ele irá desenvolver uma espécie de cortina que sirva para cobrir as vitrines quando não estão sendo admiradas pois, como sabemos, a luminosidade é nociva para o plástico das figuras. Além de admirar brinquedos de faroeste, passeamos por Angra, por Parati, comemos o famoso pastel de 30 centímetros, visitamos a usina nuclear, fomos ao shopping assistir filme 3D, enfim, foi um ótimo passeio. Agradecemos muito ao Marcos Faria e sua família, que nos acolheram tão calorosamente. Até a próxima, Marcos Guazzelli Setembro de 2012