O colecionador espanhol Juan Martin Garcia acaba de lançar seu livro sobre a história da Reamsa. Já adquiri meu exemplar (capa abaixo).
O livro é muito bom. Ah, se houvesse mercado no Brasil para uma obra assim...eu lançaria o meu e ganharia um dinheirinho...
O autor narra a história da Reamsa a partir do momento em que ela começou a produzir brinquedos, até o encerramento das suas atividades, no final dos anos 1970. A Reamsa era originalmente uma indústria de plásticos. Até que uma pessoa apareceu na empresa com uma figura de um soldado da polícia montada canadense e perguntou aos proprietários da Reamsa por que eles não faziam também. Eles gostaram da idéia, e o primeiro brinquedo da história da empresa passou a ser o soldado da polícia montada e seu cavalo. Depois esta figura original passou a ser o próprio símbolo da empresa, que pode ser visto na capa do livro, acima.
Quando estive na Espanha em julho o Artur Canas me presenteou com esta figura. Fiquei muito orgulhoso de possuir em minha coleção a figura que é o símbolo da Reamsa.
A partir do policial montado a Reamsa ampliou sua linha de brinquedos, com lançamento de várias séries de figuras. O conjunto que mais gosto se chama General Custer.
A Reamsa foi modesta no lançamento de complementos. Produziu originalmente um Forte Apache de madeira, depois de plástico. Mais próximo ao final da existência da empresa o forte de plástico passou a ser chamado de Forte West. Além do forte, a empresa lançou uma torre de ataque ao castelo (mas não produziu o castelo).
Lendo o livro do Juan é possível ver como a maneira de pensar e as preocupações dos colecionadores espanhóis e brasileiros são semelhantes. Assim como nós, o Juan está preocupado com a degradação do plástico das figuras, fato que pode fazer com que em breve não tenhamos mais este tesouro para mostrar para as gerações futuras.
Na Espanha os colecionadores sonham, como nós, em encontrar as lojas que ficaram por décadas fechadas, com seu estoque de brinquedos intocado. Segundo ele, ainda há pelo menos uma loja nessas condições na Espanha (segundo a lenda).
O governo espanhol registrou a coleção de brinquedos do Juan como patrimônio cultural nacional. No Brasil nossas autoridades estão mais preocupadas em ser amigas do Irã do que em preservar nossa história.
O livro possui excelente texto e uma infinidade de imagens dos produtos lançados pela Reamsa.
O e mail do Juan é jmg@grn.es
Abaixo, algumas imagens da obra:
Abaixo o forte em madeira e o forte em plástico:
Eu estava enganado...
Pelas informações que eu possuía, a jangada do Acampamento Apache da Casablanca (mostrada na imagem abaixo) era uma criação genuinamente nacional. Teria sido criada pela Casablanca para aproveitar sobras de madeira. Foi esta informação que incluí na Enciclopédia do Forte Apache – volume 2.
Lendo o livro do Juan observei que a jangada produzida por aqui também foi copiada de original espanhol...está no quadrante superior esquerdo da imagem abaixo:
Se o leitor voltar às imagens anteriores, também vai encontrar a jangada na caixa do conjunto Lucha em La Pradera.
Por fim, fiquei muito feliz em ser citado na seção de agradecimentos do livro, juntamente com o colecionador Marcos Avelar (imagem abaixo):
Parabéns ao Juan pela iniciativa e pela qualidade do trabalho.
Até a próxima,
Marcos Guazzelli
Setembro de 2010