Tudo começou em março deste ano (2005). Entrei no site do mercadolivre e para procurar um Forte Apache para o meu filho Vítor, que tinha três anos. Na verdade era também uma forma de retornar a minha infância, pois brinquei muito com aqueles bonequinhos que o compõe.
Depois de concluir a negociação, comecei a ficar ansioso pela chegada dele no correio. Demorou uns cinco dias e quando abri a caixa, junto do meu filho, foi a maior alegria. Voltei imediatamente no tempo e fiz uma promessa a ele e a mim mesmo. Iria fazer o Forte Apache que eu sempre sonhei quando era pequeno. O maior, mais bonito e o mais realista possível.
O primeiro passo foi arrumar os pauzinhos para fazer os "troncos". Primeiro tentei a técnica de fazê-los passar, ainda em filetes de perfil quadrado, por orifícios redondos que iriam diminuindo de diâmetro. O problema é que escolhi usar madeira de lei, e na maior parte, angelim pedra. O jeito foi fabricar um torneador, que foi feito usando um motoesmeril.Fiquei uma semana torneando os primeiros "troncos" das paliçadas. Eu os deixava redondos e depois os frisava usando uma faca de serra presa a uma morsa.
A primeira peça que fabriquei foi o pórtico juntamente com os portões. Foram feitos dois. Sendo que o primeiro foi o tradicional, com o espaço para o letreiro, mas foi substituído pelo que está no forte atualmente. Optei por uma cobertura, pois queria que o forte fosse, como num de verdade, o mais funcional possível.
Os portões não deram muito trabalho, pois já fiz uns tantos de verdade. O que me incomodava na época eram as dobradiças. Não queria ver os portões abrindo sobre ferrinhos dobrados dentro de argolas. Então cortei um tubo de cobre, destes de refrigeração, fiz pequenas tiras dele, dobrei aonde vai o pino e...lá estava a primeira dobradiçaParti então para a união dos "troncos". Usei raios de bicicleta, um em cima e outro
O que estava me perturbando agora eram os telhados. Eu os queria inicialmente no mesmo padrão daqueles do forte de plástico. Um quatro águas, ou em formato de pirâmide. Não é fácil fazer, ainda mais porquê iria esculpir as telhas sobrepostas numa peça de madeira. Então optei por um de duas águas. Para fazê-los, eu pegava uma tábua de pinho, cortava-a na serra num perfil de mais ou menos
Depois de montadas as laterais, veio o problema de colocar as passarelas. Como queria uma coisa bem realista, esculpi o assoalho de forma a aparentar tábuas pregadas umas ao lado das outras. Por baixo, montei os "troncos" de forma que parecessem sustentar esse assoalho.
Por fim, quem dera... veio a pintura. As pontas foram pintadas com um selante transparente, tipo osmocolor. Para as "cascas", usei osmocolor cor nogueira. Quanto aos telhados, pintei de vermelho para manter o padrão dos fortes originais. Pelo menos dos últimos, de plástico. A placa onde pintarei Fort Apache algum dia desses, também pintei de amarelo. O que me deixou muito em dúvida sobre a pintura foi o tipo de tinta a usar no telhado e placa. Queria pintar com tinta plástica (não tinta de plástico), a base de água, mas como o forte é essencialmente um brinquedo, resolvi optar pelo colorido da tinta esmalte sintético. Uma dica: usem sempre tinta para fundo de cor clara, pois é muito difícil pintar sem ela.
Bom, o resultado é esse aí. Espero conseguir ainda uns bonecos antigos, da década de 70, para que o brinquedo fique ainda mais legal. Mas, sinceramente, não me importo em incorporar outros, como uns fabricados na China, que comprei outro dia. Pretendo ainda colocá-lo em um expositor que montarei lá
Para um contato: solonsoares@hotmail.com
A seguir fotos do “making of” do Forte Apache: